sábado, 6 de fevereiro de 2010

carnaval




O carnaval do meu tempo.

Bom o carnaval era aquele...
Carnaval de bons constumes.
Carnaval de serpentinas, de confetes.

Carnaval de lança-perfumes,
De lança-perfumes mesmo
Que tinham nomes franceses
E se jogava á-tóa, a esmo,
Carnaval de andar em tapete
De confete e serpentina,
Carnaval de tudo fácil, tudo bonito e do bom.



Carnaval dos velhos tempos.


Do meu, do seu, de tanta gente.
Carnaval de colombinas, de pierrôs,
De alerquins, de ciganas,
De baianas com ioiôs.
Carnaval de automóveis,
Do corso da burguesia
Combatendo com confetes,
Arremessando serpentinas
Numa guerra cordial
De sorrisos e alegria.

Carnaval que ficou longe,
Dos gatos, carapicus e baetas,
Do 'evoé!' e do 'você me conhece?'
Do trote irreverente,
Dos dominós e dos índios.
Dos cordões com zé-pereira
Batendo incessantemente.
Carnaval de antigamente,
Dos ranchos melodiosos
Cantando pela avenida
Marchas lentas, vagarosas,
Falando em flores, jardins,
m colibri, rouxinol,
Em menestrel , arrebol.
E do baliza a Luiz XV
Em bizarra coreografia
Galã da porta -estandarte.


Carnaval que ficou longe.
Muito longe, longe mesmo,
Mas que muita gente recorda
Com saudade, com emoção,
Lembrando um fato, um gracejo,
Cantando qualquer canção,
Muito antiga, muita velha,
Mas viva, clara, bem viva
Na grata recordação.


Em 26/02/1961, Jota Efegê escreveu estes versos no CORREIO DA MANHÃ.
E de lá para cá que escreveria? Que diria sobre a evolução do carnaval ?
Até quem viveu as duas décadas seguintes, relembra com saudades o carnaval que passou e não volta mais...









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário e após avaliarmos publicaremos-o.